Vacinas para suínos: o fornecimento correto por fase e a suplementação alimentar

Na suinocultura, o bem-estar animal está diretamente ligado à qualidade do produto, em que, muitas vezes, o estresse e as ações mal realizadas tendem a diminuir o desempenho do animal e, consequentemente, a eficiência produtiva na criação de suínos. Um dos processos que devem receber mais atenção é o de vacinas para suínos e a sua correta aplicação. A vacinação é um momento crucial e precisa ser realizada com cuidado.

Independentemente do ramo do agronegócio, para quem trabalha com animais, qualquer procedimento deve ser realizado com a maior cautela possível, utilizando todos os recursos ao alcance para manter o bem-estar do animal. Caso contrário, em casos de prejuízos, haverá um efeito em cadeia que vai gerar má qualidade de vida, baixa produção e danos financeiros.

Dessa forma, preparamos este post para que você entenda o que é preciso saber sobre as etapas de vacinação de suínos e seus cuidados, a fim de diminuir a chance de possíveis erros. Confira!

Quais são as principais vacinas para suínos?

Em um processo de produção, os suínos estão expostos a diversos tipos de patógenos, como vírus e bactérias causadores de diversas doenças que, além de prejudicar sua saúde, resultam em mortalidade, gerando perdas produtivas relacionadas ao desempenho zootécnico e, consequente, baixa qualidade do produto final. 

Para evitar tais acontecimentos, a vacinação é a ferramenta essencial no controle sanitário das unidades de produção, tendo como objetivo aumentar a imunidade dos animais para que, assim, estejam aptos a combater diversos agentes patogênicos, como Circovírus, Mycoplasma hyopneumonea, Pasteurella multocida, Bordetella bronchiseptica, dentre tantas outras de grande importância sanitária. 

A quantidade de vacinas não é pequena e nenhuma pode ser esquecida, pois o menor erro pode ter consequências sem volta. Abaixo você verá um pouco mais sobre as principais vacinas para suínos.

Parvovirose / Leptospirose / Erysipela

• matrizes — 10 dias pós-parto;
• cachaços — semestralmente.

Rinite atrófica

• leitões — primeira dose com 21 dias e segunda dose com 42 dias de idade; 
• matrizes — 2 e 6 semanas antes do parto;
• cachaços — semestralmente.

Circovirose

• leitões — primeira dose com 21 dias e segunda dose com 42 dias de idade; 
• matrizes — 4 semanas antes do parto;
• cachaços — semestralmente.

Micoplasma

• leitões — primeira dose com 21 dias e segunda dose com 42 dias de idade; 
• matrizes — 4 semanas antes do parto;
• cachaços — semestralmente.

Colibacilose

• matrizes — entre 90 e 100 dias de gestação.

Vale lembrar que as vacinas podem variar em suas indicações de aplicações de acordo com cada laboratório. Recomenda-se sempre verificar tais especificidades e consultar o médico veterinário responsável para definição do melhor protocolo de vacinação.

Que cuidados devem ser adotados no armazenamento de vacinas para suínos?

Como se não bastasse toda a sua importância para a vida do animal, as vacinas também exigem um armazenamento rigoroso e com alto controle para não haver alterações na sua composição.

O trabalho começa em seu transporte e vai até o local de aplicação. Elas devem chegar às caixas de isopor próprias para transporte, com um controle de temperatura, que deve ser mantido entre 4°C e 8°C.

Ao chegarem ao local, devem ser armazenadas em geladeiras exclusivas para vacinas. O controle da temperatura é o principal fator a atentar e deve ser, acima de tudo, mantido. Da mesma forma, precisam ser posicionadas estrategicamente na geladeira, de forma a não congelar e nem esquentar, o que faria com que a vacina perdesse sua eficácia.

O uso da geladeira deve ser limitado durante a estadia das vacinas, para que não haja alteração na temperatura interna vinda da área externa.

Como é feita a aplicação?

Inicialmente todo o local, os equipamentos a serem utilizados e os frascos das vacinas devem ser desinfectados, para diminuir o risco de contaminação. Com isso, as vacinas devem ser levadas ao animal em caixas de isopor com gelo para o controle da temperatura, que ainda não pode ser alterado.

Aqui chegamos a uma parte complicada. O animal deve, ao mesmo tempo, estar imobilizado e confortável, pois ele precisa se sentir seguro para não elevar o seu nível de estresse e ficar inteiramente imóvel para que a agulha entre corretamente. Também há a opção do uso de um prolongamento flexível, que ajudará ainda mais a evitar as lesões e tem uma grande eficácia na aplicação.

Vale ressaltar que o local de aplicação também deve estar adequadamente esterilizado para que não ocorra formação de abcessos. Assim como as agulhas, que não devem ser reutilizadas em mais de dez animais durante uma sessão de aplicações e deverão ser descartadas após o uso.

O que preciso saber sobre matrizes suínas?

As matrizes suínas são aquelas destinadas à procriação. Ao dar a luz ao seu primeiro filhote, a porca já se encaixa no quadro de matriz e tem como objetivo a produção de mais filhotes, para manter a continuidade do negócio.

A vacinação dessas matrizes deve ser tão rigorosa quanto o restante do plantel, se não até mais que o normal, pois vírus e bactérias podem comprometer a gestação de suínos causando abortos e fazendo com que os leitões nasçam com problemas ou, até mesmo, natimortos.

Os produtores com maiores números de matrizes se dão melhor no mercado do que aqueles com um número menor. Assim, fica claro o seu grande valor ao meio das grandes produções e todos os cuidados que elas devem ser submetidas, principalmente na nutrição em matrizes suínas.

Como a alimentação se relaciona com o processo de vacina para suínos?

Para que a vacinação ocorra da melhor maneira esperada, o animal deve estar em suas melhores condições de saúde, e um dos principais pontos que diz respeito a sua saúde é o fornecimento de uma nutrição saudável e equilibrada, atendendo a todas as necessidades de vitaminas, minerais e demais nutrientes.

Uma boa nutrição vai manter os animais saudáveis e aptos a uma boa resposta vacinal, que significa aquisição de imunidade. Se, durante a vacinação, os suínos estiverem com problemas de saúde como desnutrição, febre, infecção, entre outros, a resposta imunológica ficará prejudicada.

Isso se deve ao fato de que seus anticorpos estão em trabalho para combater a doença já existente. Assim, a boa alimentação de suínos deve ser feita com precisão e rigor antes de qualquer período de vacinação.

A vacina para suínos é um assunto muito amplo, que pode ser abrangido para muitos outros processos dentro da suinocultura. O melhor jeito de estar imerso nesse assunto é sempre estar a par dos novos conceitos dentro do setor e buscar as atualizações mais recentes de todos os tipos de conteúdo para manter os seus negócios ativos e com ótimos resultados.

Gostou do nosso artigo? Então, aproveite para conferir nosso conteúdo sobre como desenvolver o bem-estar na suinocultura e garanta o sucesso na sua produção!