Crescimento e engorda de suínos: a importância da alimentação adequada
A máxima “você é o que você come” vale, também, para a criação de suínos. Afinal, todo ser vivo só consegue crescer e se desenvolver apropriadamente a partir de uma alimentação balanceada. Para que as características da carne suína sejam alcançadas conforme a meta de produção determinada, é preciso contar com uma nutrição de qualidade.
As fases de crescimento e engorda de suínos exigem estratégias nutricionais específicas. A veterinária Karina Ferreira Duarte, especialista em nutrição animal, ressalta: “Levando em consideração que 60 a 70% do custo de produção de suínos é representado pela alimentação, pode-se afirmar que o sucesso econômico da atividade está diretamente relacionado a esse fator”. Dito isso, é fundamental que o suinocultor invista no negócio com foco direcionado a atender as necessidades de cada categoria.
Você sabe como uma nutrição adequada interfere positivamente no crescimento e na engorda de suínos? Qual é a dieta ideal para essa fase e quais são os cuidados básicos com a alimentação na suinocultura? É sobre isso que falaremos neste artigo. Continue a leitura e entenda!
Qual é a importância da alimentação adequada na criação de suínos?
A produtividade dos suínos está diretamente relacionada a fatores como genética, manejo, sanidade, nutrição e ambiência. A alimentação adequada garante o pleno desenvolvimento dos animais — e, para atender às exigências nutricionais de cada fase de produção, os aspectos qualitativos e a proporção dos ingredientes na ração devem ser planejados de forma específica.
A nutrição balanceada é o que proporciona suínos sadios e com alto índice de engorda diária, capazes de gerar produtos com características dentro dos padrões de qualidade nacional e internacional. Atender às necessidades básicas dos suínos faz parte das premissas do bem-estar animal, e o manejo da alimentação, quando praticado corretamente, assegura a saciedade e mantém a integridade do suíno sem lhe causar deficiências nutricionais. O aporte de proteínas, vitaminas e fibras também aumenta significativamente a resistência dos animais às doenças.
Além disso, a alimentação elaborada de maneira a suprir estritamente as demandas nutricionais de cada categoria reduz o volume dos dejetos provenientes da criação de suínos. Isso contribui para o funcionamento de um sistema de produção sustentável, com aproveitamento máximo e racional dos recursos, o que gera mais economia e maior retorno ao produtor, sem desrespeitar o meio-ambiente.
Isso significa que as metas de alto desempenho dos suínos e de menor impacto ambiental podem ser alcançadas por meio do equilíbrio de ingredientes de boa qualidade, que proporcionem maior disponibilidade de nutrientes e melhor digestibilidade aos animais. Ou seja, quando aliadas à etapa de produção, as estratégias nutricionais garantem alta performance dos suínos e menor geração de resíduos.
Ingredientes para a dieta de engorda de suínos
Na formulação de dietas para suínos, os nutrientes contidos nos ingredientes são combinados para atender as necessidades específicas das categorias:
- Carboidratos: formam a base da dieta, pois são fontes primárias de energia. Os principais utilizados são:
- Milho: rico em carboidratos e com boa digestibilidade, oferece energia e alguns nutrientes essenciais;
- Arroz: utilizado na forma de quirera ou farelo, contribui com energia e fornece nutrientes importantes para suínos;
- Aveia: contém fibras e nutrientes essenciais, sendo benéfica para o sistema digestivo dos suínos;
- Cevada: alternativa ao milho, rica em nutrientes e fibras, mas com menor teor energético;
- Sorgo: semelhante ao milho em composição nutricional, é uma opção em áreas onde o cultivo de milho é menos viável.
- Proteínas e aminoácidos: essenciais ao crescimento e desenvolvimento muscular, estão incluídos nas fontes:
- Soja: principal fonte proteica, rica em aminoácidos essenciais;
- Farinhas de origem animal: à exemplo da farinha de peixe, fornecem proteínas de alto valor biológico;
- Vitaminas e minerais: essenciais para a manutenção de diversos processos metabólicos e da saúde em geral, costumam ser adicionados à dieta na forma de premixes.
Ingredientes alternativos, como a mandioca, podem ser utilizados como fonte de energia, especialmente em regiões onde o seu cultivo é economicamente viável. Da mesma forma, a alfafa pode contribuir com vitaminas e minerais (quando incluída em quantidades limitadas, devido ao seu teor de fibra).
A escolha e a proporção desses ingredientes variam conforme a fase de crescimento e o estado fisiológico dos suínos, bem como as condições climáticas e os objetivos da produção. O planejamento alimentar cuidadoso é essencial para assegurar o equilíbrio de nutrientes capaz de apoiar o crescimento e a saúde dos suínos, além de garantir a sustentabilidade e a eficiência econômica do sistema.
Como deve ser a dieta na fase de crescimento e engorda?
Após saírem da creche, os leitões entram no período de crescimento/terminação ou engorda, para, então, atingirem o peso ideal de mercado. Por isso, os custos de produção nessa fase costumam ser altos, embora bastante rentáveis.
Como nessa etapa as necessidades nutricionais são outras, a formulação da dieta deve ser embasada no conhecimento biológico dos animais e no valor nutricional (valor energético, por exemplo) e tecnológico (como adição de enzimas que proporcionam melhor digestibilidade) dos ingredientes.
Durante essa fase é possível alimentar os suínos com diversas fórmulas nutricionais e diferentes esquemas de fornecimento. As rações podem ser fornecidas secas ou úmidas, fareladas, peletizadas ou expandidas, em um sistema de alimentação restrito, à vontade ou misto. Elas também podem ser compostas basicamente por soja e milho ou formuladas com cereais alternativos, como sorgo, milheto, triguilho e triticale.
Durante a fabricação das rações, os processos tecnológicos são importantes ferramentas para aumentar a eficiência alimentar no período de crescimento e engorda de suínos. As constantes variações nos preços tornam necessário o máximo aproveitamento dos cereais — entre as diversas formas de modificá-los estão a moagem, a mistura, a aglomeração e o tratamento por meio de calor ou pressão, além de mudanças na estrutura do amido (para favorecer a digestão) e das proteínas e gorduras.
A moagem é uma das técnicas mais importantes do processamento das rações, pois, ao reduzir o tamanho da partícula, mantendo a sua uniformidade, obtém-se maior superfície de contato da substância. Isso facilita a mistura na fábrica e aumenta a exposição do grão às enzimas digestivas dos animais, de forma a garantir maior absorção dos nutrientes. A recomendação é que as partículas tenham diâmetro geométrico médio de 450 a 600 mm.
Já a alimentação líquida consiste na diluição das dietas sólidas em associados líquidos (água, resíduos industriais fermentados ou não e componentes acidificantes). Normalmente, os suínos têm preferência por esse tipo de alimento, devido ao seu consumo rápido e fácil.
Fornecer alimentação líquida pode ser boa estratégia em épocas quentes, além de ser uma prática vantajosa para a composição da microbiota gastrointestinal dos animais e para reduzir o desperdício da porção pó dos alimentos moídos.
Monitoramento do ganho de peso e da condição corporal
O monitoramento eficiente do ganho de peso e da condição corporal permite identificar a fase de desenvolvimento do animal e o momento ideal para o abate, garantindo, assim, uma produção eficiente e de qualidade.
Durante a engorda, os suínos apresentam rápido crescimento, dobrando seu peso em 30 dias, aproximadamente. Para assegurar saúde e ganho de peso diário ideal, bem como contribuir para a deposição de carne magra e conversão alimentar eficiente, é necessário adotar medidas que abrangem nutrição adequada, planejamento sanitário, manejo racional e ambiente controlado.
O uso de tecnologias modernas para o monitoramento automático do peso dos suínos oferece vantagens significativas, pois permite o controle preciso do ganho de peso diário e facilita a formulação e os ajustes das dietas em tempo real, de forma a melhorar a uniformidade do lote e a eficiência no consumo de ração.
Quais são os cuidados com a alimentação na suinocultura?
A suinocultura exige uma série de cuidados quanto à alimentação dos animais, pois é a quantidade e, principalmente, a qualidade dos ingredientes da fórmula que garantem a máxima expressão do potencial genético das linhagens. Com isso, a coloração, a consistência e os níveis de gordura da carne são atingidos de acordo com a demanda e os padrões de qualidade do mercado.
É essencial que o suinocultor procure sempre utilizar matéria-prima de alta qualidade e de fornecedor idôneo. A dieta deve ser enriquecida com minerais, vitaminas e aditivos que promovam o desempenho dos suínos. Deve-se ainda ter atenção ao manejo com os animais, oferecendo-lhes o alimento em local de fácil acesso e para todos os indivíduos, evitando a competição entre eles.
Os comedouros devem ter dimensão adequada aos suínos e, uma vez instalados, devem estar sempre limpos e funcionando apropriadamente. Os animais devem receber água limpa e em abundância, sem restrições de acesso ou consumo.
Ração para suínos de acordo com a fase de crescimento
A alimentação dos suínos varia significativamente ao longo das diferentes fases de crescimento (da creche à terminação), e é fundamental para o sucesso produtivo e econômico do sistema. Cada fase tem requisitos nutricionais específicos, influenciados pelo potencial genético, bem-estar, ambiente, manejo e, é claro, pela idade dos animais.
- Creche (desmame até 25-29 kg): fase crítica, marcada pela separação da mãe e mudança de ambiente; exige rações altamente digestíveis e nutritivas, com a inclusão de ingredientes como leite em pó, concentrado protéico de soja, lactose cristalina, soro de leite, farinha de peixe, plasma sanguíneo, nucleotídeos, minerais orgânicos, leveduras, palatabilizantes, acidificantes e aromatizantes, para atender às demandas do sistema digestório dos leitões e promover um crescimento saudável.
- Crescimento (25-29 kg a 60 kg): nessa fase os suínos experimentam um crescimento acelerado, com alta deposição de tecido magro. As rações devem fornecer o equilíbrio adequado entre proteínas e energia e, para sustentar o desenvolvimento muscular, o consumo médio de ração deve ser cerca de 2 kg a 2,5 kg por dia, conforme a genética do animal. Alimentos como milho, farelo de soja, sorgo, triguilho, milheto e triticale podem ser utilizados, além de premixes vitamínicos e minerais.
- Terminação (60 kg até o abate): fase na qual os suínos consomem mais alimentos e apresentam maior deposição de gordura. As rações devem ser balanceadas para garantir a qualidade da carne, com ingredientes como milho, soja e cereais alternativos, assim como resíduos agroindustriais. A gestão correta da dieta nesta fase é fundamental, pois representa a maior parte dos custos envolvidos na alimentação.
Em todas as fases é essencial considerar a forma física da ração, pois ela afeta diretamente a digestibilidade, o ganho de peso e o consumo, fatores que impactam a conversão alimentar. A ração farelada é comumente usada, enquanto a peletizada tem potencial para melhorar o desempenho animal.
A combinação adequada de alimentos protéicos, energéticos e minerais, juntamente com aminoácidos sintéticos, é essencial para otimizar os custos e atender às exigências nutricionais dos suínos em crescimento.
Como você pode perceber, o investimento em nutrição e em estratégias alimentares é fundamental para manter a alta produtividade dos suínos e garantir a máxima lucratividade do negócio, sem comprometer a qualidade.
Seguindo essas recomendações e contando com o auxílio de um especialista no ramo, sem deixar de lado a manutenção da ambiência, do status sanitário e a execução das boas práticas no manejo, garante ao suinocultor o alto padrão de qualidade dos seus produtos.
Nossas dicas sobre alimentação na fase de crescimento e engorda de suínos foram úteis para você? Restou alguma dúvida sobre o assunto? Conte pra nós aqui nos comentários!
excelente artigo sobre crescimento e terminação. Só faltou a fórmula de ração para cada fase por exemplo para fazer mil quilos de ração nestas fases qual porcentagem de milho e soja e núcleo vou usar.
Olá, Idervandro agradecemos o seu comentário em nosso blog e ficamos felizes com a sua visita! Pedimos desculpas na demora para respondê-lo, pois estávamos com um problema interno em nossa plataforma e só agora conseguimos saná-lo.
Sobe a sua dúvida, recomendamos que as formulações sejam avaliadas pelo nutricionista para adequar a cada situação de criação, de acordo com o objetivo, matérias primas disponíveis e desempenho técnico esperado.
De uma forma geral, a relação de milho e farelo de soja é a seguinte:
Fase Crescimento 63 aos 110 dias de idade:
Milho 692 Kg
Farelo de soja 278 Kg
Qualinúcleo CT Vaccinar 30 Kg
Fase Terminação 111 dias de idade até o abate:
Milho 735 Kg
Farelo de soja 240 Kg
Qualinúcleo CT Vaccinar 25 Kg
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Até breve,
Desejo receber mais informações sobre alimentação e fórmula para preparação de ração Ary Djalma Rosa dos santos
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Confira esse artigo em nosso blog: https://nutricaoesaudeanimal.com.br/alimentacao-de-suinos/
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Olá! quanto forneço de ração
por animal na fase de crescimento e terminação?
Olá, Irenildo, agradecemos o seu comentário em nosso Portal e ficamos felizes com a sua visita.
O investimento em nutrição e em estratégias alimentares é fundamental para manter a alta produtividade dos suínos e garantir a máxima lucratividade do negócio sem comprometer a qualidade.
Na etapa de crescimento, cujas metas são o ganho de peso dos animais, uma dieta oferecida à vontade é a mais indicada. Já na fase de terminação é necessário fornecer rações balanceadas para se obter melhor qualidade. Podem ser fornecidos ingredientes como milho, soja e cereais alternativos como sorgo, DDGS, milheto, triguilho e triticale, assim como resíduos agroindustriais. A quantidade de alimento a ser fornecido vai depender da dieta que você adotará em seu estabelecimento, porém na fase de crescimento você pode fornecer entre 2,0kg a 2,5kg por dia durante 40 dias e na terminação de 2,5 a 3,0kg por dia durante 40 dias. Mas as quantidades dependem sempre da composição nutricional das rações, portanto, podem variar. Separei um outro artigo que aborda um assunto similar, veja aqui: https://nutricaoesaudeanimal.com.br/alimentacao-de-suinos/
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Até breve,
Gostei das dicas
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Boa tarde,
Os artigos sobre nutrição animal são interessantes.
Gostaria de receber conteúdos sobre alimentação de suínos e galinhas do campo.
Os meus cumprimentos
B.Diogo
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Olá , gostaria de uma dica , como posso oferecer a ração mais apetitosa pra que o suíno consuma bem e engorde mais rápido na fase da creche .
Recebo a ração toda formulada já , mas queria uma dica de como faço pra estes animais ,vamos chamar de mais fracos , comerem e engordarem proporcionalmente
Olá,
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