Dieta grão inteiro: entenda como funciona essa tecnologia nutricional
Na pecuária de corte, os gastos com a alimentação do gado terminado em confinamento representam uma grande parte dos custos para o produtor. Nesse cenário, a dieta do grão inteiro surge como uma alternativa economicamente viável tanto para pequenos quanto para grandes produtores.
A redução de custos, no entanto, não é a única vantagem obtida ao se adotar essa dieta na fazenda. Ela também possibilita atingir uma melhor conversão alimentar, ao mesmo tempo em que reduz o tempo de confinamento e traz mais praticidade para o manejo.
Quer descobrir quais são as outras vantagens da dieta do grão inteiro e como ela funciona? Então, continue a leitura!
O que é dieta do grão inteiro?
A dieta de grão inteiro é uma estratégia alimentar implantada com o gado em confinamento que, como o nome indica, é composta, principalmente, pelo milho grão inteiro. Sendo assim, não há nenhum tipo de processamento (como a moagem).
Junto ao milho, nesse tipo de dieta, também é fornecido o pellet, que leva aditivos, micro e macrominerais para suplementar a alimentação desses animais e permitir que eles atinjam um melhor desempenho. Em resumo, é a associação desses dois elementos (milho inteiro + pellet) que forma a dieta do grão inteiro.
Como funciona, na prática?
Na prática, essa dieta é feita de uma forma muito simples. No pellet, são adicionados todos os micro e macrominerais, aditivos, vitaminas e promotores de crescimento, que são imprescindíveis para que o animal atinja o máximo desempenho, de acordo com seu potencial genético.
Ao mesmo tempo, o grão de milho inteiro atua como uma fonte primária de energia e como estímulo mecânico do rúmen. Isso promove a salivação e garante estabilidade ruminal, evitando que distúrbios metabólicos, como a acidose, comprometam o desempenho do animal.
Um ponto importante que cabe ser ressaltado é que nessa dieta, trabalha-se com uma proporção de 85% de milho e 15% de pellet. Contudo, para que ela seja implantada corretamente, é necessário um período de adaptação. Assim, inicialmente, deve ser fornecida uma proporção de 80% de milho e 20% de pellet com o gado em pastagem ou com uma fonte de volumoso (feno, bagaço de cana e/ou silagem).
Passados cerca de 15 dias desse período de adaptação, o gado é levado para o confinamento e é iniciado o período de engorda e acabamento, no qual se passa a fornecer a proporção de 85% de milho e 15% de pellet, sem nenhuma fonte de volumoso. Esse padrão deve ser seguido até que animal atinja o peso final esperado pelo criador.
Qual a diferença em relação à dieta com o grão moído?
A principal diferença entre a dieta do milho grão inteiro e a dieta com o grão moído é a quantidade de insumos utilizados. Enquanto na primeira são necessários apenas dois elementos (milho e pellet), a segunda requer que o pecuarista também trabalhe com uma fonte de volumoso.
Isso se deve a uma característica fisiológica dos bovinos: a presença do rúmen no sistema digestivo. Afinal, para que o processo de fermentação dos alimentos feito pelo rúmen ocorra corretamente, é preciso fornecer uma quantidade de fibras para estimular a mastigação, a salivação e, posteriormente, a ruminação.
Quando uma dieta baseada em grão moído ou úmido é adotada, é a fonte de volumoso que vai auxiliar esse processo tão importante para a digestão dos bovinos. Já na dieta do grão inteiro, é o milho sem processamento que, além de ser a fonte principal de energia, também vai assumir o papel de estimular mecanicamente o rúmen.
Isso porque, em comparação com os grãos processados, o processo de passagem pelo trato digestório e a fermentação do amido do milho grão inteiro ocorre de forma mais lenta. Por consequência, isso mobiliza os processos de ruminação e reduz o risco de distúrbios metabólicos.
Quais as vantagens da dieta do grão inteiro?
Sem dúvidas, as maiores vantagens percebidas quando se trabalha com a dieta do grão inteiro estão relacionadas aos baixos custos operacionais e à praticidade no dia a dia da fazenda. Por utilizar poucos insumos e por não precisar de volumoso, há uma praticidade maior no manejo, pois ela é fácil de misturar.
Essa facilidade também diminui a necessidade de muita mão de obra, visto que há poucos processos para serem trabalhados. Por consequência, isso também reduz o custo com equipamentos e infraestrutura (como o grão é fornecido inteiro, não há necessidade de moinho para fazer a moagem, por exemplo), o que torna a técnica mais acessível a pequenos e médios produtores.
Além das vantagens acima citado, também temos uma grande vantagem que para iniciar a dieta de grão inteiro é bastante simples, pois não há a necessidade de um planejamento complexo antes. Já que não é preciso fazer o volumoso, basta ter o milho e o pellet na fazenda para que ela seja implantada. Assim, o confinamento pode ser iniciado de forma rápida.
Além dessas vantagens, outros benefícios podem ser notados, como:
- é uma dieta altamente energética, com menor consumo de alimento;
- melhor conversão alimentar e diminuição do tempo no confinamento;
- melhor rendimento e acabamento de carcaça;
- baixo investimento inicial.
Cabe ressaltar, no entanto, que o produtor deve estar atento ao preço do grão de milho, visto que o aumento do milho é o que mais pode afetar os gastos. Então, antes de optar pela dieta de grão inteiro, é interessante avaliar o custo da arroba do boi engordado em relação ao preço do milho para saber se compensa trabalhar com ela.
Posso contar com a Vaccinar?
A Vaccinar tem toda a expertise necessária para auxiliar o produtor na adoção da dieta do grão inteiro em sua propriedade. Nós fabricamos os pellets e temos uma equipe completa de assessores técnicos e especialistas em nutrição animal, prontos para dar todo o suporte ao criador, desde o início até o final do confinamento.
Além disso, a Vaccinar tem a preocupação de trabalhar apenas com fornecedores de matéria-prima idôneos. Tudo para garantir que nossos produtos tenham os níveis de qualidade necessários para o melhor desempenho dos animais.
É possível perceber que a dieta do grão inteiro traz vários benefícios para a produção e é simples de ser implantada na fazenda. Porém, o sucesso dessa estratégia nutricional está ligado a alguns fatores, como a idade, raça, manejo e saúde dos animais, além, é claro, da qualidade do milho. Daí a importância de se contar com fornecedores reconhecidos no mercado — e da homogeneidade da mistura.
Está em busca da solução nutricional ideal para a realidade da sua fazenda? Então, entre em contato e conheça nossos programas nutricionais para bovinos de corte e bovinos de leite.
Este conteúdo foi elaborado com a colaboração de Fernando Rossi Camilo, Especialista em Nutrição de Ruminantes.