Como a nutrição auxilia na hiperprolificidade de suínos?
Para atender a demanda da alta produção de carne suína atual, o melhoramento genético tem visado o aumento da eficiência reprodutiva desses animais, sendo cada vez mais frequente o elevado número e peso dos leitões nascido por leitegada, caracterizando a hiperprolificidade da fêmea suína.
Porém, apesar desse aumento no número de leitões nascidos por matriz, que seria uma forma de aumentar a rentabilidade da criação, existe um desequilíbrio entre esse número de leitões nascidos viáveis e a variação do peso dentro dessa leitegada. Afinal, não adianta nascer 20 e desmamar apenas 12.
Para contornar esse dilema , os cuidados com a fêmea suína começam antes mesmo de a matriz ser inseminada — com uma dieta que atenda às demandas nutricionais dessa fêmea.
Mas como a nutrição animal auxilia a hiperprolificidade nas matrizes suínas, melhorando os índices zootécnicos e a produtividade da granja suinícola? Falaremos sobre isso por aqui. Continue conosco e entenda!
Como a hiperprolificidade da matriz suína impacta a produção?
O melhoramento genético impulsionou a criação de suínos. Com o intuito de aumentar a produtividade da granja, resultando em um maior número de leitões produzidos por ano, selecionando as matrizes mais produtivas, gerando leitegadas numerosas e com um menor intervalo desmame-estro, além de alta eficiência na lactação.
Porém, embora o aumento da produtividade da matriz beneficie a produção na suinocultura, as fêmeas podem se tornar mais nutricionalmente exigentes e menos resistentes aos desafios, enfrentando estresses metabólicos para fornecer nutrientes para o crescimento de tecidos fetais e tecidos mamários e para a síntese de leite. Além disso, existe correlação entre o tamanho da leitegada e o peso médio dos leitões — geralmente, quanto maior o número de leitões nascidos, menor será o peso médio dos animais.
E todo suinocultor sabe que o peso do leitão ao nascer (PN) é um importante fator ligado à sua sobrevivência, já que leitões mais leves são mais suscetíveis a doenças. Com isso, queremos dizer que selecionar fêmeas hiperprolíficas é uma prática rentável, desde que as matrizes recebam dietas balanceadas conforme as suas exigências nutricionais. Mas não é só isso.
O sucesso da cadeia produtiva suinícola se deve ao avanço de diversas técnicas de manejo, incluindo a inseminação artificial em suínos e a manutenção do bem-estar dos animais. Então, as instalações também devem ser adequadas para suportar o aumento do tamanho das leitegadas e garantir todos os cuidados na criação de leitões.
Todos esses fatores devem ser levados em conta na hora de aumentar a produção da granja, já que a hiperprolificidade de da matriz gera inúmeros desafios — e eles vão além do simples aumento no número de leitões nascidos por ano.
Por que a nutrição é importante para fêmeas suínas hiperprolíficas?
A nutrição tem um papel fundamental no desempenho reprodutivo das fêmeas suínas, principalmente devido à eficiência de produção e ao aumento no número de leitões nascidos e desmamados. Como mencionamos, a seleção genética de fêmeas hiperprolíficas provocou um aumento nas exigências nutricionais desses animais, seja para o desenvolvimento do sistema reprodutor, o aumento da ovulação ou para a manutenção da gestação e da lactação.
Dessa forma, é importante atender às exigências nutricionais das fêmeas, via ração balanceada, propiciando:
- o desenvolvimento mais rápido do sistema reprodutor (fazendo com que as fêmeas entrem mais jovens e saudáveis na puberdade);
- a maximização do potencial produtivo das matrizes;
- a melhoria do peso do leitão ao nascimento;
- a produção de leitegadas mais uniformes e resistentes;
- a melhoria na taxa dos partos;
- a maior preparação para a fase de lactação;
- a redução de retorno ao cio;
- a maior longevidade das fêmeas.
Quais são os cuidados necessários para manter a produtividade dessas fêmeas?
A definição das dietas de fêmeas hiperprolíficas antes e durante a gestação exige um planejamento detalhado. Inicia-se por conhecer o potencial genético das matrizes reprodutoras e definir as estratégias nutricionais. Em seguida, deve-se determinar os requerimentos nutricionais diários e estabelecer as curvas de consumo de ração, além de realizar o manejo adequado do plantel.
Um programa nutricional na gestação deve levar em consideração: as diferentes fases dos fetos durante o período gestacional, as diferenças de padrão de crescimento entre as porcas segundo a ordem de parto e o estado metabólico da matriz após a lactação anterior.
Já a estratégia nutricional durante a lactação é tentar fazer com que a fêmea consuma o máximo possível de ração, evitando a perda excessiva de peso, para que essas matrizes consigam produzir uma maior quantidade de leite para alimentar esse número aumentado de leitões por leitegadas, em que, no decorrer da lactação, a produção diária de leite é influenciada tanto pela composição da dieta quanto pela quantidade ingerida.
Além do mais, para manter a produtividade na granja suinícola, não podemos deixar de mencionar alguns cuidados relevantes. Animais alojados em instalações adequadas e corretamente higienizadas e manejos corretos, provavelmente serão mais saudáveis, ou terão menores riscos de serem acometidos por doenças.
Ou seja, mesmo com a seleção genética para que as fêmeas suínas sejam hiperprolíficas, a nutrição, o manejo e a ambiência têm um papel crucial para que os animais possam expressar todo o seu potencial reprodutivo. Nesse cenário, a dedicação de todos os envolvidos no processo produtivo é imprescindível para se obter o sucesso da suinocultura.
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Este conteúdo foi elaborado com a colaboração deMatias Appelt, especialista em Nutrição de Suínos na Vaccinar.