Quais são os principais erros do confinamento de gado?
Existe uma correlação muito forte entre a qualidade de vida de um animal, ou o seu conforto, e a garantia de uma produção de maior qualidade. É por isso que hoje se fala tanto em bem-estar animal para uma produção de alto padrão que satisfaça as expectativas do consumidor, evitando os principais erros do confinamento de gado.
Pensando nisso, preparamos para você uma relação com os principais equívocos cometidos, pois assim você pode se preparar para não repeti-los, melhorando os seus resultados com a bovinocultura. Está preparado? Então, vamos logo ao que interessa!
Área de cocho
Quando a área de cocho não está adequada no confinamento, os animais vão competir muito mais por comida. Em um grupo de animais, existem aqueles dominantes e os dominados. Os primeiros sempre chegam antes e os segundos vão chegar depois ao cocho.
Nessa situação, pode faltar comida para os dominados ou acontecer um excesso de alimentação para os dominantes, fazendo com que aconteça um distúrbio metabólico. Então, com uma alta taxa de lotação, todo o grupo pode ser prejudicado, afetando os resultados.
Para evitar isso, é preciso se preocupar com a metragem quadrada da baia e com o tamanho da linha de cocho e trabalhar com uma relação de 40 cm a 50 cm linear por animal. Essa é uma metragem mínima para que não haja essa competição exacerbada ao fornecer o alimento.
Sombra no confinamento
Apesar de não haver uma temperatura ideal para o ambiente, é preciso controlá-la para que ela fique equilibrada. Para isso, é importante adotar algumas medidas, como a implementação de sombrites. Assim, quando o animal sentir necessidade, ele pode se abrigar.
Inclusive, já foram feitas baias que contam com o sombrite e contribuem para o maior ganho de peso em função do conforto térmico que proporcionam. Para isso, é preciso considerar também que existe uma relação entre a temperatura e a umidade:
- quanto maior a umidade, menor a temperatura para estresse calórico;
- quanto menor a umidade, quanto maior a temperatura até essa condição.
Aspersores de ar
O aspersor é o mecanismo utilizado para baixar a poeira do confinamento. Isso é fundamental para evitar problemas respiratórios nos animais, desde que seja acionado nos horários certos. Ele não pode ser ligado nos horários mais quentes, sendo preciso esperar o final do dia. Além disso, é preciso ficar atento ao tipo de aspersor, que deve ser específico, com uma gota mais pesada para evitar que a poeira fique no ar.
Outro aspecto que merece atenção é o tempo de funcionamento do aspersor. É importante evitar que forme lama no curral. Ele deve apenas umedecer o chão, baixando a poeira e evitando problemas respiratórios no confinamento para garantir uma boa produtividade ao rebanho.
Qualidade da água
A qualidade da água é uma das variáveis mais importantes no confinamento de gado. A recomendação é que os bebedouros sejam lavados pelo menos uma vez por semana nesse sistema produtivo, pois, à medida que a água vai sujando e retendo coliformes fecais, o consumo de matéria seca dos animais vai decaindo.
Isso é prejudicial para o desempenho do animal. Comendo menos, ele perde peso e qualidade nutricional. Portanto, é importante que consuma água de qualidade, o que vai fazer com que ele tenha uma ingestão maior de matéria seca e, consequentemente, ganhe peso.
Alimentação
Esse ponto é de extrema importância para o animal atingir o melhor desempenho no confinamento, expressando o potencial da sua genética. Então, quando se fala em uma dieta equilibrada — incluindo os níveis de energia, proteína, macro e micronutrientes—, é possível fazer com que ele ganhe mais peso.
O resultado é uma eficiência maior no confinamento tanto no que diz respeito ao desempenho quanto nas questões financeiras. Uma alimentação balanceada faz com que o animal converta mais alimento em carcaça (peso), o que gera um melhor aproveitamento dos insumos, otimizando o custo de produção.
Outros pontos de atenção para o sucesso do confinamento
Além desses erros relacionados ao manejo de cocho, existem problemas relacionados à sanidade. Se os animais não passarem por um processo de eliminação de ectoparasitas e de vermifugação, isso pode prejudicar o desempenho individual e do rebanho.
Outro fator importante a ser observado diz respeito aos erros de pesagem, principalmente por falta de calibração da balança. Se um animal for pesado errado, ele não poderá receber os ajustes de que necessita em termos de alimentação para que atinja o seu melhor desempenho, algo muito importante na criação de gado de corte.
Os vagões de distribuição também precisam estar calibrados e revisados. Assim, são corrigidos erros como o fornecimento de mais ou menos comida do que os animais de fato necessitam, ajudando a manter o controle dos custos de produção e a redução de desperdícios.
A qualidade da compra de matéria-prima também influencia muito nos resultados. Por isso, é fundamental ser criterioso com a escolha dos fornecedores para que os insumos não venham acompanhados de microtoxinas que afetem negativamente a saúde do rebanho.
Como você viu, existe uma série de fatores e erros do confinamento de gado que precisam ser observados se você quiser alcançar os melhores resultados nessa atividade. Apesar de se tratar de diversos detalhes, cada um deles tem um papel fundamental na segurança e na qualidade dos bovinos, o que vai afetar tanto o ganho de carcaça quanto a qualidade dessa carne.
Além disso, buscar novas informações sobre a bovinocultura de corte é uma das melhores práticas para adotar. Afinal, existem estudos que trazem atualizações constantes dos conhecimentos já existentes e isso ajuda a melhorar a sua criação de gado.
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Este conteúdo foi elaborado com a colaboração de Fernando Rossi Camilo, Especialista em Nutrição de Ruminantes.