Confira os prós e contras do sistema intensivo
Com o objetivo de aumentar o controle, melhorar a produtividade e trazer maior automação ao processo de criação de animais, foram intensificados os sistemas de criação animal. Hoje, isso já se tornou uma prática bastante comum na pecuária e de grande relevância para o setor avícola.
No entanto, o modelo de sistema intensivo também apresenta seus prós e contras. Conhecer cada um deles, sem dúvida, pode garantir um melhor entendimento dos sistemas e uma aplicação mais estratégica com alcance de melhores resultados. Pensando nisso, elaboramos este conteúdo com as principais vantagens e desvantagens dos sistemas intensivos de criação no setor avícola. Confira!
Como são caracterizados os sistemas intensivos de criação e por que são utilizados?
A criação intensiva de animais foi baseada na necessidade de dar escala e volume à produção animal e atender um mercado consumidor, que buscava por padronização de produtos, praticidade e preços acessíveis.
Nos modelos intensivos é possível um maior número de animais na criação, alojados em instalações e densidades apropriadas, facilitando o manejo e controle de variáveis ambientais como temperatura por exemplo. Desde seu primeiro dia de vida até a sua saída para o abate, ou em grande parte do seu ciclo de vida, os animais são mantidos em instalações projetadas para o tipo de produção (carne, ovos, leite etc.), aonde recebem uma nutrição balanceada conforme suas necessidades, por meio de tecnologias como premix vitamínico e mineral. Mas também recebem todo suporte técnico e de ambiência de forma a trazer o máximo de bem-estar animal possível aliado a um desenvolvimento saudável.
A criação de aves em escala industrial é um dos setores agropecuários que mais obteve progresso. Com automação e acesso a modernas tecnologias de manejo, nutrição e sanidade, atende às demandas das atuais genéticas do mercado, sendo capaz de proporcionar alto grau de automação, controle e produtividade.
De modo geral, o sistema intensivo é escolhido por atender segmentos que demandam maior automação e volume operacional. Isso porque o modelo consegue otimizar o processo, e aumentar a escala da indústria e produtores.
Como esse sistema surgiu no Brasil?
Em meados da década de 1970, o sistema intensivo foi bastante difundido no Brasil devido à expansão da produção do frango de corte, com avanços significativos da genética, nutrição e automação das atividades, convergindo para uma elevada escala industrial.
A indústria avícola desse período, principalmente no setor de corte, tornou-se um segmento moderno por meio das políticas agrícolas de créditos subsidiados, bem como com o início das implantações das instalações frigoríficas.
Na década de 1980, foi dado início ao sistema de integração em que produtores passaram a fazer parte das agroindústrias por sistemas de contrato, elevando a escala de produção e qualidade do produto final. Nesse período, ocorreu uma importante evolução das genéticas utilizadas a campo, reduzindo em 65% o tempo ao abate do frango de corte.
A partir desse período, o consumo de carne de frango no Brasil foi difundido mais amplamente, como consequência da verticalização do setor. Isso refletiu na economia de escala, na concentração da produção, na industrialização e na comercialização do produto final.
Quais são as vantagens do sistema intensivo de criação na avicultura?
Pode-se dizer que a maior vantagem do sistema intensivo está na possibilidade de automação, padronização, alojamento de mais animais por metro quadrado e, consequentemente, na diluição dos custos de produção da cadeia avícola.
O sistema intensivo, aplicado de forma adequada (respeitando densidades de alojamento, biosseguridade, práticas de manejo e preocupação com o bem-estar animal), auxilia na obtenção de melhores índices produtivos. Os processos de criação intensiva e de industrialização da cadeia avícola, associados à evolução genética, têm levado a bons resultados:
- melhoria dos índices de conversão alimentar;
- redução da idade de abate e maior ganho de peso;
- elevação da produtividade e viabilidade;
- padronização das rotinas produtivas e do produto acabado;
- menor custo de produção.
Existem pontos negativos nesse sistema?
Esse tipo de criação demanda constantes melhorias e adequações nas rotinas de criação e manejo, como as adaptações de antigas instalações às demandas da genética, bem-estar animal e normativas governamentais.
Para obter bons resultados, é preciso atender aos pré-requisitos do manejo de frango de corte, ou seja, o trato com os animais, o conforto térmico, a sanidade e a nutrição.
Que desafios são enfrentados na gestão de sistemas intensivos de criação?
Acompanhar a evolução genética e associá-la ao bem-estar animal tornou-se um grande desafio para a sua produção animal. As linhagens de corte comerciais são extremamente exigentes e selecionadas de forma para que sua progênie tenha melhor ganho de peso, máxima produção de partes nobres (filé de peito) e melhor conversão alimentar. O setor investe em tecnologias, principalmente para atender às condições ideais de conforto aos animais e eliminar o estresse.
Adaptações e inovações das instalações e equipamentos são projetadas sistematicamente para atender aos desafios de ambiência e, consequentemente, impactar de modo positivo o bem-estar animal. Nesse contexto, atender a essas necessidades é um grande desafio para os profissionais do setor, de forma que as instalações, modelos de criação e práticas de manejo vem passando por constantes mudanças no sentido de trazer melhores graus de bem-estar para os animais.
Outro desafio presente na criação avícola intensiva envolve questões sanitárias que englobam pontos sensíveis, como disseminação de doenças nos plantéis. Isso, principalmente pelo adensamento da criação, o que proporciona um grande número de animais em uma determinada granja ou região.
A indústria avícola, com investimentos, ações e em parceria com o Ministério da Agricultura, por meio da aplicação do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), posiciona o setor como um dos mais respeitados do mundo, ranqueando o Brasil na primeira posição de exportador mundial de carne de frango.
Entretanto, essa é uma preocupação que não pode ser negligenciada, devendo a agroindústria, os produtores e os profissionais da área estarem atentos aos pontos críticos da criação.
A implantação e a fiscalização de medidas de biosseguridade — conjunto de procedimentos técnicos que visam, de forma direta ou indireta, prevenir o surgimento de doenças nos plantéis — devem ser priorizadas com a intenção de reduzir e controlar os desafios gerados por agentes patogênicos na produção.
Entre as medidas, as mais importantes são:
- manter um bom isolamento da propriedade;
- realizar a limpeza e a desinfecção das instalações;
- respeitar o período de vazio sanitário;
- isolar animais doentes e adotar o correto uso de antimicrobianos;
- restringir visitas;
- controlar as entradas de materiais;
- estabelecer um programa de vacinação;
- controlar insetos e roedores;
- promover o treinamento dos colaboradores.
Todas essas ações são fundamentais para manter as adequadas condições sanitárias das granjas de frango de corte, bem como as unidades produtoras de ovos comerciais e ovos férteis.
Quais são os impactos que os sistemas intensivos de criação oferecem?
Um sistema intensivo possibilita o alojamento de um maior número de animais por área. Dessa forma, há a possibilidade de diluir o custo de produção da cadeia. Por ser mais automatizado, este modelo de criação torna mais fácil o controle das variáveis ambientais, facilitando manter as instalações em intervalos ótimos de temperatura e umidade, e consequentemente trazendo maior conforto térmico.
Essas características são fundamentais para se conseguir alojar mais animais por área, mas sem afetar seu bem-estar e produtividade. Um bom sistema de criação atende perfeitamente às exigências das linhagens genéticas atuais, com alto impacto positivo no desempenho zootécnico e viabilidade econômica.
Como foi possível perceber, a criação intensiva apresenta uma série de benefícios, assim como alguns desafios e necessidades. De modo geral, o modelo tem muito a agregar ao agronegócio e ao mercado consumidor.
Por fim, a indústria avícola vem implantando, de forma acelerada, ações de adequação dos sistemas de criação, possibilitando, cada vez mais, criações em harmonia com o bem-estar animal, lançando mão de novas tecnologias em instalações e equipamentos, bem como aprimorando o manejo, a nutrição e a sanidade.
Restou alguma dúvida sobre o assunto? Tem interesse em aproveitar todos os benefícios do sistema intensivo em sua propriedade? Entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar você!
Este conteúdo foi elaborado com a colaboração de Cláudio Franco e Tarciso Melo, Assessores Técnicos de Aves na Vaccinar.
Srs.
A respeito do artigo ” Confira os pros e contra do sistema de confinamento intensivo”, tende a levar o leitor, a indagar, que tipo de artigo é esse. Explico. O termo “confinamento” no meio pecuário, sempre é direcionado para bovinos de corte, mantidos em regime de confinamento, Não se tem noticia de confinamento de suínos, ovinos e caprinos.
Afora essa situação o texto em si é muito pobre e por que não dizer estéril.
Não é nossa intenção depreciar e tão pouco criticar os autores, do mencionado artigo, que nosso entender teria mais conteúdo técnico, mais consistência se o fosse escrito por um ou uma Profissional Graduado(a) em Medicina Veterinária.
Olá, Romão, agradecemos o seu comentário em nosso Portal e ficamos felizes com a sua visita!
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