Enzimas exógenas utilizadas na nutrição de aves
No Brasil, a avicultura se desenvolveu muito nos últimos anos graças às inovações tecnológicas incorporadas. Assim, as enzimas exógenas apresentam-se como ótima alternativa para a redução de custos com a alimentação das aves.
A produtividade nas granjas no que se refere ao desempenho do plantel depende diretamente da nutrição. As melhorias incluem a suplementação de rações com enzimas exógenas.
Este post tem o objetivo de esclarecer algumas dúvidas sobre as enzimas exógenas e como elas podem aumentar a produtividade da sua granja. Acompanhe!
O que são enzimas exógenas?
Em primeiro lugar, vamos explicar o que são essas enzimas. Trata-se de proteínas que catalisam reações químicas. Essas moléculas de estrutura terciária ou quaternária se acoplam a outras moléculas específicas chamadas substratos. Pela ação enzimática eles são quebrados em unidades menores para serem absorvidos.
As enzimas exógenas são suplementadas na alimentação das aves para aumentar a eficiência de aproveitamento dos nutrientes das dietas avícolas e permitir o melhor desenvolvimento dos animais. Elas apresentam estruturas e características similares àquelas produzidas pelas aves.
O trato digestivo das aves carece de algumas enzimas capazes de digerir alimentos fibrosos que comumente são encontradas nos animais ruminantes. Essa carência pode ser contornada com o uso de enzimas exógenas como a xilanase, B-glucanase e celulase.
Como elas são utilizadas na nutrição de aves?
Segundo a Instrução Normativa n.º 13, de 2004, as enzimas exógenas são aditivos zootécnicos digestivos cuja utilização visa à melhoria dos processos de digestão e de absorção de nutrientes.
Embora não tenham valor nutricional intrínseco, as enzimas exógenas são adicionadas à ração para degradar aquelas moléculas presentes nos ingredientes que não são digeridos normalmente pelas aves, ou, podem também, complementar a ação das enzimas endógenas.
A utilização de enzimas na nutrição das aves é também bastante difundida nos países da Europa, onde a base da alimentação das aves compreende o centeio, o trigo, o triticale, a aveia e a cevada. Tais grãos apresentam fatores antinutricionais, isto é, que prejudicam a digestão e absorção dos nutrientes, reduzindo o valor nutritivo dos alimentos. Assim, as enzimas exógenas também minimizam a ação desses fatores antinutricionais.
A enzima exógena mais utilizada é a fitase. No Brasil, por sua vez, a base da alimentação das aves é formada por milho e farelo de soja, cuja quantidade de fatores antinutricionais é menor. No entanto, cerca de dois terços do fósforo presente nesses grãos está indisponível às aves, na forma da molécula de fitato, que funciona como um quelante para outros minerais. Isso representa um dos principais fatores antinutricionais da ração.
O fósforo é essencial para o desenvolvimento dos ossos das aves, por isso ocorre sua suplementação na alimentação. Esse é o terceiro componente mais caro das rações e acarreta prejuízos também ao meio ambiente. A adição da enzima fitase é utilizada para contornar todos esses problemas.
Quais são as vantagens de incluir enzimas exógenas na alimentação das aves?
A inclusão de enzimas exógenas na dieta das aves tem vantagens tanto para os animais como para o produtor:
- aumenta a capacidade do animal de digerir a ração;
- diminui ou neutraliza os efeitos dos fatores antinutricionais;
- aumenta a disponibilidade de aminoácidos para síntese proteica,
- permite a inclusão de ingredientes alternativos;
- melhora a relação entre o consumo da ração versus ganho de peso (conversão alimentar);
- minimiza a produção de dejetos e a excreção de amônia nas fezes;
- diminui o desconforto com o excesso de excretas na cama, atenuando outro fator de estresse das aves;
- ameniza o impacto ambiental;
- reduz o custo alimentar das aves.
Como inseri-las nesse processo?
Conhecendo melhor as enzimas exógenas, o produtor percebe as vantagens de introduzi-las na dieta das aves. Contudo, a especificidade das enzimas em relação aos substratos e às quantidades necessárias são requisitos fundamentais para a obtenção desses benefícios.
A fim de alcançar os melhores resultados zootécnicos, vários estudos sobre enzimas foram desenvolvidos nos últimos anos. A busca é por uma combinação de enzimas que otimize o aproveitamento dos demais componentes da ração.
Além disso, a Instrução Normativa n.º 13, de 2004 exige o registro da pessoa jurídica junto ao MAPA para o uso de aditivos como as enzimas exógenas. A legislação rege a produção de aditivos, seus parâmetros de qualidade, sua distribuição e uso, bem como reforça as condições de utilização na quantidade estritamente necessária para obtenção do efeito esperado.
A introdução dessas enzimas na nutrição das aves de forma correta e segura se dá pelo uso de rações. Isso garante o aporte nas quantidades necessárias, evita desperdícios e mantém o equilíbrio nutricional entre os demais componentes alimentares.
E o consumidor?
A adoção das enzimas exógenas como parte da dieta das aves tem efeitos que se estendem além da cadeia produtiva. Afinal, é importante para o produtor garantir a chegada à mesa do consumidor um produto de qualidade que atenda às suas expectativas.
Atualmente, o consumidor quer mais do que isso. Ele espera um alimento com preço razoável e cujo processo produtivo tenha respeitado o meio ambiente.
O uso dessas enzimas exógenas é mais um exemplo da chegada da tecnologia às granjas com o intuito de aumentar a produtividade, de diminuir os custos do produtor e de resultar em aves mais saudáveis.
Para se manter competitivo nesse mercado, é preciso aderir às estratégias mais eficientes e se manter informado sempre. Para não perder nenhuma informação relevante para o seu negócio, siga-nos nas redes sociais! Estamos no Facebook, no Instagram, no YouTube e no LinkedIn.